Floresta e Biodiversidade: O papel das PME agrícolas e o apoio do PEPAC na proteção do nosso património natural

Muito mais do que um conjunto de árvores, a floresta é um organismo vivo, um espaço de equilíbrio e sabedoria, onde a natureza se expressa com uma profundidade que nos interpela. Cuidar da floresta é, por isso, cuidar de nós próprios, da nossa qualidade de vida, do nosso futuro coletivo e da vida do planeta.

As florestas portuguesas desempenham um papel vital na conservação da biodiversidade, oferecendo habitat a milhares de espécies de plantas, animais e microrganismos, muitos deles endémicos ou ameaçados. São também fundamentais para a regulação climática, a proteção dos solos, a retenção de água e o equilíbrio dos ecossistemas. Perder este património seria não só um dano ambiental irreparável, mas também um golpe profundo na economia rural e na qualidade de vida das comunidades.

O contributo das PME agrícolas na proteção florestal
Embora as grandes empresas do setor, como a The Navigator Company, assumam um papel relevante na inovação e na gestão florestal sustentável, as pequenas e médias empresas agrícolas (PME) têm também uma função estratégica nesta missão.
Estas empresas, muitas vezes enraizadas nas comunidades locais, podem:

  • Integrar práticas agroflorestais que conciliam a produção agrícola com a conservação da biodiversidade.
  • Apostar na reflorestação de áreas degradadas com espécies autóctones, criando corredores ecológicos que reforcem a conectividade dos habitats.
  • Manter e gerir áreas de mata e bosques em coexistência com culturas agrícolas, contribuindo para solos mais férteis e maior resiliência às alterações climáticas.
  • Participar em programas de certificação florestal, assegurando que a produção de madeira, cortiça ou resinas cumpre padrões de sustentabilidade reconhecidos internacionalmente.

Tecnologia e inovação: aliados da sustentabilidade
Práticas inovadoras como sistemas de rega inteligente, sensores para monitorizar a saúde das árvores, e a utilização de resíduos agrícolas para produção de biomassa, permitem que mesmo pequenas empresas implementem estratégias de baixo impacto ambiental. Inspiradas por exemplos como a produção de embalagens de celulose moldada a partir de fibra de eucalipto — alternativa sustentável ao plástico — as PME podem encontrar novas oportunidades de negócio alinhadas com a economia circular.

O papel dos apoios PEPAC
O Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), ao integrar medidas de apoio à sustentabilidade e à transição ecológica, oferece às PME agrícolas recursos financeiros e técnicos para investir na preservação da floresta e na promoção da biodiversidade.
Entre as ações apoiadas destacam-se:

  • Incentivos à florestação e manutenção de áreas arborizadas.
  • Apoio à gestão de habitats e zonas de elevado valor natural.
  • Financiamento para projetos de inovação tecnológica e adaptação às alterações climáticas.
  • Compensações para agricultores que adotem práticas que ultrapassem as exigências ambientais de base.

Estes apoios não só reduzem o risco económico para as PME, como aceleram a implementação de práticas regenerativas que beneficiam o ecossistema como um todo.

Um compromisso de todos
Proteger a floresta é defender um legado e reconhecer que somos parte de um sistema maior, interdependente e pleno de potencial e vida. Ao alinharem os seus modelos de negócio com princípios de sustentabilidade e aproveitarem os apoios existentes, as PME agrícolas podem tornar-se protagonistas na preservação da biodiversidade e na construção de um futuro mais verde.

Afinal, a floresta não é apenas um recurso, é uma herança viva que, bem cuidada, pode garantir prosperidade económica, equilíbrio ecológico e qualidade de vida para as próximas gerações.

Andreia Arenga
18.08.2025

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